o corvo e a raposa



o corvo e a raposa
O corvo roubou um queijo e, com ele no bico, parou num ramo para descansar. Passou ali uma raposa que, sentindo o aroma do queijo, parou a pensar como o conseguiria tirar do bico do corvo. Aproximou-se cautelosa, não fosse o corvo assustar-se e fugir, e logo se desfez em elogios para ele. Começou pelas suas penas brilhantes, a sua postura real, e por fim elogiou a sua voz, tão maravilhosa e rara, pensando que o corvo, de vaidoso, abriria a boca para cantar e largaria o queijo. O corvo achou-se esperto e, já conhecendo esta história de outros livros, não abriu o bico. Mas a raposa, sendo matreira, ignorou o desprezo do corvo, disfarçou, assobiou e, fingindo ir-se embora, perguntou ao corvo as horas. O corvo não quis ser indelicado e, antes que desse conta que tinha sido enganado, o queijo já estava na boca da raposa.

Adaptado de Texto original de Jean de La Fontaine, 1668
Desenho original de Ricardo Falcão



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